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Data:   29/06/2010
Título:   Cresce a troca de emprego no periodo de Experiencia
     
     
Resumo:
Em 2010, quase 168 mil trabalhadores da região metropolitana de São Paulo não chegaram a completar o período de três meses de experiência na vaga. Saíram antes. O número representa aumento de 22,15% em relação ao mesmo período do ano passado e é o mais alto da década.
     
     
Texto Completo:

A estatística, à primeira vista, pode causar estranhamento. Afinal, o mercado de trabalho anda aquecido, as empresas já reclamam de falta de mão de obra qualificada, os salários estão em alta e o nível de desemprego na Grande São Paulo (7,8%) está próximo dos patamares mais baixos da história. Seria natural então supor que não há razões para a dispensa dos trabalhadores.

“Mas quando a economia está aquecida, a rotatividade dos trabalhadores, que já é muito alta, sempre cresce”, diz José Dari Krein, professor de Emprego e Renda da faculdade de Economia da Unicamp. “Esse aumento se justifica, em parte, pela estratégia das empresas de adotarem uma contratação formal em vez de optarem pela criação de vagas temporárias, que requerem um procedimento mais burocrático”, opina.

O modelo formal é menos complexo, explica Krein, porque não envolve por exemplo a necessidade de negociação sindical e nem requer que a empresa esteja em dia com as contas da Previdência.

Porém, a principal razão apontada pelos especialistas para o crescimento do número de pessoas que não ultrapassam os três meses de experiência no emprego é extremamente positiva – para os trabalhadores. Os empregados estariam abandonando as vagas precocemente por encontrarem oportunidades melhores.

“Com o mercado muito aquecido, o trabalhador sai em vantagem, pois fica com mais chances de escolher. Não precisa aceitar o que aparece”, afirma Márcia Pedroza, professora da disciplina de Emprego da PUC-SP. “Assim, se ele é chamado para uma vaga com um salário melhor, por exemplo, ele abandona o emprego atual mesmo que tenha sido contratado recentemente.”

A professora ressalta que, quando está procurando emprego, é natural que o trabalhador contate várias empresas, distribua currículos. “As respostas dos empregadores podem vir em momentos diferentes. Só nessa hora então o funcionário pode decidir se fica ou não onde está”, comenta.